terça-feira, 2 de abril de 2013

Cada dia mais perto


Há alguns dias terminei de ler o livro do psiquiatra Irvin Yalom, "Cada dia mais perto".
Trata-se do processo terapêutico entre ele e uma paciente, o qual nos é relatado através de escritos que ambos produzem após as sessões.
Não é um livro de ficção.
O processo foi verdadeiro, os escritos são verdadeiros. A única coisa que não é verdadeira é o nome da paciente, por razões óbvias.
Acompanhar, do início ao fim, uma terapia que não era nada fácil para nenhum dos dois (a paciente tem uma dificuldade imensa em se colocar verdadeira e inteiramente nas sessões. Já o dr. Yalom expressa várias vezes sua frustração ao sentir que a terapia não caminha como deveria, que eles dão um passo para frente e dois para trás) me foi bastante interessante.
Entrar em contato com a parte humana de um terapeuta, suas expectativas em relação à terapia, suas decepções e seus pensamentos a respeito da paciente foi, a princípio, constrangedor.
Mas, por outro lado, foi bem bonito ver como o psiquiatra conduziu a terapia de forma sempre consciente, mesmo quando revelava que não sabia muito bem o que estava fazendo ou pretendendo com determinadas ações.
Ele sabia que, no fundo, o processo com essa paciente seria por tentativas. Erros, acertos e vai e vem.
Sua prioridade era ajudar quem ele se propôs a ajudar.
E ele foi em frente com isso, apesar de todas as dificuldades.

"(...) Levantei-me e caminhei até ela, enquanto ainda estava sentada, para tomar sua mão (...). Acho que foi a primeira vez na vida que eu abracei um paciente assim. (...) E então ela saiu do consultório, não como uma personalidade inadequada. Ela saiu como Ginny, e eu sentirei sua falta".

Deve ser bem gratificante quando uma terapia termina assim, com um ponto final.
Ao invés de reticências...
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