terça-feira, 2 de abril de 2013

O vendedor de flores

Todos os dias eu o vejo no semáforo: o vendedor de flores.
Carrega vários pequenos buquês de rosas e usa terno. Um terno preto, sob sol ou sob chuva, numa esquina bem movimentada do centro da cidade.
Nunca vi ninguém comprar um daqueles buquês. Eu mesma nunca comprei, embora sinta uma vontade imensa de abrir o vidro do carro e chamá-lo. Não sei por quê, já que não desejo as flores. E também não desejo o vendedor.
Talvez apenas para convidá-lo a tirar aquele paletó, tomar um café e saber um pouco mais daquele senhor que carrega, além das flores nas mãos, um sorriso no rosto.
Acho um verdadeiro mistério o sorriso de algumas pessoas. Sorriso verdadeiro, que vem da alma. Poucos o têm.
Mas o tem o vendedor de flores. E como gosto de olhá-lo ali, tentando vender seus buquês enquanto o sinal não abre.
E penso que, um dia, eu deva comprar um.
Porque assim, quem sabe, eu possa retribuir ao homem que vende flores e distribui sorrisos.
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tom roberts:  going home 1889.

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